Sigam-me os Bons

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Resenha: O código da Vince, de Dan Brown


Esta foi uma das obras mais impactantes da literatura policial dos últimos tempos, trazendo para o autor juras de amor e ódio que, apimentadas pela mídia, serviram para projetar “O Código da Vince” a um patamar quase inalcançável em vendagem de livros. Os marqueteiros devem estar cem por cento satisfeitos.

Pois bem, deixando as polêmicas de lado, devemos admitir que o livro seja bom, visto que trata-se de um romance policial de ficção. E como tal, atende aos requisitos necessários: tem uma boa escrita, um ritmo eletrizante, deixa o leitor intrigado, e cada capítulo é um convite irresistível ao próximo. Um ponto forte para além do básico é a pesquisa realizada, somando ao trabalho conhecimentos de História, Antropologia, História da Arte e Simbologia de forma invejável.

A personagem principal, Robert Longdon, que nos parece auter ego de Brown, ao se tornar um dos principais suspeitos de assassinado de um importante curador do museu do Louvre, se coloca em uma caçada humana pela Europa atrás de pistas de uma antiga sociedade secreta e de um mistério milenar, que envolve os Templários, o Santo Graal e a figura do ilustre mestre Leonardo da Vince.

Um ponto que deve ser destacado e que empobrece um pouco a vasta obra de Dan Brown é o estilo fordista do autor. Chamo de fordista, pois, aqueles que já leram outros trabalhos do mesmo sabem que ele tem certa tendência a se repetir. Neste caso, Código da Vince trás consigo características que estão presentes também em “Ponto de Impacto”, “Anjos e demônios”, “Fortaleza Digital” e o último “O símbolo perdido”, tais como: um casal de protagonistas, onde a mulher, mesmo sendo a principal, ainda é deixada em segundo plano nos termos da aventura; um segredo mortal que a personagem feminina carrega sem saber; o casal principal se apaixona e termina na cama com a mulher em cima do homem tirando a roupa (sério, quando li isso de forma igualzinha em “Anjos e Demônios” e “Ponto de Impacto” tive de rir. Que falta de imaginação); o livro sempre começa com um assassinato; e o vilão (desculpem o spoiller) é sempre um traidor dos mocinhos que contrata assassinos profissionais.

Enfim, a escrita comercial e massificada é sem dúvidas o calcanhar de Aquiles de Bronw, mas que não desmerece as obras como boas histórias de ficção e agradáveis passatempos. Todavia, um conselho: se você busca este livro para saber a verdade sobre Jesus Cristo. Pelo amor de Deus, vai fazer algo de mais útil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário