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domingo, 27 de outubro de 2013

Resenha: O ladão de destinos, de Nanuka Andrade


Reunindo qualidade gráfica e literária, “O ladrão de destinos” se apresenta como um prato cheio para os fãs do gênero fantasia e para os amantes da literatura infanto juvenil. Além da originalidade do roteiro, sua história chama a atenção por incorporar elementos que muito lembram os antigos filmes da Disney, tanto no que diz respeito às ilustrações, quanto ao próprio enredamento da estória e constituição dos personagens. Detalhe esse que possui a capacidade de agradar tanto ao público jovem como adulto.

Ambientado na cidade de São Paulo, Mayumi Chen, jovem estudante de ascendência oriental, descobre-se portadora de uma habilidade especial: ela consegue vagar pelos dois planos que separam o que seria o mundo material do espiritual, ou o mundo dos despertos e dos adormecidos. Além desta capacidade única, por acidente, revela-se também para Mayumi um dom um tanto quanto perigoso. Ela tem o potencial para ser uma ladra de destinos.

Roubando por acidente o destino de seu irmão, que ainda se encontra na barriga de sua mãe, Mayumi tem que se colocar em uma aventura para reaver e devolver o brilho retirado do pequeno Chen. Conhecendo assim personagens misteriosos e fascinantes, atravessando planos fantásticos, e descobrindo segredos místicos, Mayumi, descobre em si não apenas uma ladra de destinos, mas também uma pessoa muito mais forte e destemida do que jamais se imaginou.

Nanuka traz para o cenário de “O ladrão de destinos” a influência da cultura oriental, elemento este bastante acrescentador para nossas livrarias atuais, saturadas da presença europeia e americana. E Mayumi é uma personagem fortemente impactada pela novidade do mundo em que se descobre e suas questões em muito apresentam nossas próprias indagações a respeito de questões primordiais: “quem nos somos?”, “para onde iremos?” e, acima de tudo, “o que fazemos aqui?”.

Nesse sentido, recomendo a leitura de “O ladrão de destinos”, pela sua originalidade, leveza e conteúdo, que nos enleva com uma história prazerosa, mas nos põe a questionar sobre assuntos que dizem respeito a todos. Afinal, qual seria o nosso destino neste mundo no qual vivemos, onde muitos possuem respostas, mas poucos se perguntam?